Num mundo em busca de sustentabilidade, as embalagens compostáveis parecem o super-herói do universo das embalagens – biodegradáveis, ecológicas e mega chiques. Mas por trás da sua fachada verde esconde-se uma história de porquês? e comos?, que deixa os consumidores (e produtores) ecologicamente conscientes a coçar a cabeça.
Primeiro, vamos falar de custo. As embalagens compostáveis não são apenas caras; é o carro de luxo do mundo das embalagens. Nos últimos anos tem sido a nossa maior dor de cabeça. Somos muito conscientes daquilo que pomos no mercado e ainda mais conscientes de que as embalagens não se evaporam depois de consumires o produto. Mas porque será que optar pelo compostável significa mergulhar de cabeça na carteira? Claro, é um investimento no planeta, mas serão as nossas contas bancárias capazes de suportar a pressão?
Depois, temos que falar de compostabilidade. De facto, muitas embalagens compostáveis disponíveis no mercado só o são em ambiente industrial. Ainda que se decomponham mais rápido que o plástico, continuam a demorar imenso tempo a desaparecer, a não ser que sejam compostáveis em ambiente doméstico. Uma raridade ainda mais difícil de encontrar.
Com todas as dificuldades de fornecimento, preço e capacidade de conservação, muitas vezes nos questionamos se não seria melhor mudar tudo para plástico. Ia permitir-nos aumentar ligeiramente a margem e colocar os nossos produtos, que resolvem tantos problemas para tanta gente, a um preço um bocadinho mais simpático.
Porque escolhemos o compostável?
Precaução - acreditamos que no futuro o plástico descartável será proibido ou que será taxado de forma mais pesada na UE.
Redução do lixo pós-consumo - quantas mais embalagens compostáveis, menos lixo no aterro durante centenas de anos ou para reciclagem.
Respeito - os seres humanos são parte de um eco-sistema e se queres continuar a ter lugar nele, tens que o respeitar... não espalhando lixo por todo o lado.
Consciência - temos perfeita noção de que esta preocupação tem que ser partilhada entre produtor e consumidor.
Mas o plástico também tem imensas vantagens!
É fácil de reciclar.
Há contentores dedicados em todo o país.
É mais económico.
Tem melhor barreira ao ar e poderia prolongar os prazos de validade.
Para nós é uma dor de cabeça. E já tivemos produtos na gaveta, há espera de serem lançados por mais de um ano depois do desenvolvimento, por causa de questões com a embalagem. Sim cookies, estou a olhar para vocês! Mas bom, ainda não vamos atirar ao chão a toalha ecológica. Apesar das provações e atribulações, as embalagens compostáveis são um farol de esperança num mar de plástico. Pode ser um bocadinho caro e difícil de encontrar (muito!), mas a recompensa pela economia do planeta vale a pena.
O que achas? Valorizas um produto que tenha esta preocupação ou estamos a ser mais papistas que o papa?